terça-feira, 1 de novembro de 2011

Primeiros relatos de um pai coruja

Esta foi a primeira noite em claro após a alta da maternidade de minha esposa e minha filha. Simplesmente não consegui dormir, mas foi por uma causa sublime.
Luana foi uma sementinha desejada e muito esperada por Roberta e eu. Não víamos a hora de ver o rostinho de nossa princesinha e estamos tão encantados pela nossa garotinha que não nos agüentamos de tanta alegria.
Um amigo disse que tudo mudaria, e que quando eu a visse pela primeira vez seria impossível não chorar pela sensação que teríamos. Ele estava certo! Não consigo deixar de chorar de felicidade quando a vejo fazendo as mais variadas caretas enquanto procura o leite na mãe.
Chorei desesperadamente no pesadelo que foi o atendimento demorado e conturbado anterior à internação, e deste fato não direi mais uma palavra neste texto, mas quando a vi pela primeira vez no berçário não pude deixar de exclamar: “Deus, como ela é linda, obrigado!” – e chorei de felicidade.
Desde então não consigo deixar de repetir para a Roberta como nossa filha é linda e chorar com um sorriso bobo de orelha a orelha. E como todo pai novato eu fico apreensivo com cada ruído, cada sinal diferente e cada movimento que ela faz.
A noite também foi muito fria, com um vento gelado daqueles que passam assoviando, portanto redobrei os cuidados e fiz questão de acompanhar o sono de minha menininha, mas ela teima em não dormir bem à noite no berço. Depois de muitas tentativas, acabamos cedendo e colocando-a entre nós dois, e assim dormiu sem interrupções durante o resto da noite.
Minha esposa também dormiu, pois estava muito cansada e, me conhecendo como conhece, sabia que eu não pregaria o olho. Estava certa também, pois não consegui descansar sabendo que Luana, aquele pedacinho de felicidade incomensurável, estava ao meu lado. Só pelo pavor de machucá-la não poderia jamais dormir relaxado e então de pouco em pouco cochilava para acordar de sobressalto e procurar imediatamente o rostinho dela e confirmar se estava tudo em ordem.
Foi uma noite de preocupação paternal, mas muito gostosa, pois não há palavras em qualquer idioma para descrever o que senti.