quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Tempestade


I. Prelúdio

Meu nome é Ivan. Ivan Lacerda. Sou o último descendente de minha linhagem. Atualmente minha vida se restringe a cuidar dos negócios do que restou das propriedades de minha família - uma fazenda no interior, localizada na região onde nasci.  Nunca fui casado. De minha última namorada já não consigo lembrar sequer nome ou rosto. Não gosto de sair de minha propriedade, e quando o faço, faço com muita relutância e preocupação.
Preocupação? Não, acho que a palavra mais adequada seria medo! Não sou, ou melhor, não era uma pessoa pessimista. Na verdade, sempre fui um garoto bem humorado, sociável e tranqüilo até meus dezenove anos, creio eu. Mas tudo mudou após aquele dia em que o céu escureceu e horrores caminharam na terra. De certa forma, é assim que consigo ver as coisas, apesar de não me lembrar do que ocorreu. Só posso falar sobre aquilo que vi depois de acordar rodeado de mortos e destroços de mobília. Minha vida nunca mais foi a mesma.
Penso que a vida seja algo além de nossa compreensão, e sempre será. Não importa o quanto procuremos o seu sentido. Ela é cheia de truques e artimanhas para nos lapidar. Em um dia você tem a fortuna ao seu favor, é feliz, possui amigos, mas basta um capricho do destino e tudo se transforma. Isso acontece com todos nós, em maior ou menor grau. Aconteceu comigo há quinze anos e até hoje não tenho respostas.
 Todos aqueles que um dia amei estão mortos, muito do que eu possuía precisou ser vendido. Tornei-me um pária perante a sociedade que estremecia ao ouvir meu nome, como um presságio de mau agouro. Estou aceitando melhor o que aconteceu em minha vida, mas isso não foi fácil e ainda espero poder, um dia, esquecer o passado.
Escrevo esta carta justamente hoje, no aniversário de 15 anos do ocorrido. Esta data está marcada para sempre em minha memória e na memória de todos os moradores que se atreveram a permanecer na cidade após aquele dia, pois marca a morte não só da minha família, mas de todos, ou quase todos, aqueles que estavam dentro do clube.
Não posso dizer o que aconteceu. Creio que ninguém possa! Mas tentarei escrever, com base em minhas memórias, tudo o que possa lembrar a respeito daqueles tempos. Eis a história:

07/2003

Por Rafael Franzin
Este fragmento faz parte de uma história iniciada em 2003, e reescrita com base em rascunhos e memórias. O original se perdeu quando meu H.D. travou. Recriei alguns trechos, mas nunca concluí o trabalho, em parte pelo desânimo com a perda, em parte pela falta de tempo. Por fim, após um longo período de silêncio, resolvi abrir o arquivo e trabalhar novamente a história. Se vou continuar, cabe a vocês, leitores, decidirem. Eu realmente apreciaria comentários, críticas e sugestões sobre os meus trabalhos.

(Continua...)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Olá amiguinhos!

Salve, salve fiéis leitores, como estão?
Eu queria deixar um recadinho a vocês. Tem gente que ainda está confundindo as coisas. Eu não escrevo um diário aqui, escrevo textos! Pode parecer com um diário devido ao conteúdo, mas não estou escrevendo sobre minha vida. O que estou criando não deve ser confundido com vida pessoal.
Estou trabalhando algumas idéias em que o personagem se expressa desta forma. Ainda está cedo para dar mais detalhes sobre este projeto, mas podem ter certeza que chegarão a ler ao menos um conto com a essência dessa idéia.
Abraços!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sentimentos traiçoeiros


Quando leu a mensagem sentiu um vazio no estômago e o corpo gelar. Até o momento a alegria o contagiava e estava feliz por estar ao lado de alguém tão especial, mas aquelas palavras singelas, lidas nos recados de sua amada, tão simples e despretensiosas, golpearam como um punhal. E tal como uma traição, seu coração sangrou e a ferida se abriu mais e mais enquanto tentava juntar o que restava de seu orgulho e procurava se acalmar e pensar racionalmente.
“Maldita terra de Chacais!”, pensou ele. E então Amor e Ódio se misturaram e consumiram-no pelo resto do dia. “Como pode dizer me amar se troca confidências com outros?”, pensava ele. “E como aquele ordinário pôde dizer ser meu amigo por tanto tempo se cobiça minha namorada?”, insistia.
Já não falava com o antigo amigo há muito tempo, justamente por causa da namorada, que se sentia incomodada com os assédios insistentes. E então, justamente agora, aquele bastardo retornava à sua vida de forma ordinária e traiçoeira - fazendo amizade com ela! Mas isso já não importava, estava possesso de raiva pela insistência dele em se aproximar dela. E magoado por ela saber que isso o incomodava e ainda assim insistir em dizer que não havia nada de estranho naquela situação.
“Amigos demais para quem antes nem dirigia o olhar, isso não está certo!”, disse a si mesmo. E passou o resto do dia digerindo o rancor que sentia por tudo aquilo.

12/04/2010

Por Rafael Franzin


Imagem retidara de: http://img46.imageshack.us/img46/1574/blackangel14byelfcetk3.jpg