quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Entre pizzas e profissões

Agora a pouco estava com o Adriano e o Fernando no trabalho, comendo pizza, e conversando sobre vários assuntos. Em determinado momento, Fernando me perguntou se valeu a pena eu ter cursado a Faculdade de Letras, afinal, eu não exercia a profissão.

Bem, a pergunta foi muito pertinente já que atualmente trabalho com computadores, ministrando aulas de Windows, Word, Excel, PowerPoint, Access, Corel Draw, Page Maker, Photoshop, Flash, Fireworks e Dreamweaver, além de manutenção em computadores e rede e desenvolvimento de websites (ufa!).

Na realidade, eu sempre gostei desta área também, mas na época eu optei por Letras e estava determinado a seguir a profissão. Contudo, uma série de contratempos e dificuldades profissionais ao final do curso me distanciaram da carreira. Posso afirmar que aqueles anos foram realmente infernais e tive muita dificuldade para me estabilizar profissionalmente. Esta maré de azar também afetou o convívio com meus pais.

O fato é que quando me estabilizei anos depois, lecionando cursos de computação, meu nome, como profissional, já estava se consolidando e consegui me estabilizar neste ramo. A partir daí, aproveitei a boa sorte e empenhei meu tempo e dinheiro no aperfeiçoamento de meus conhecimentos em computação, o que me garantiu credibilidade profissional, retorno financeiro e satisfação pessoal.

É justamente aí, na satisfação pessoal, que decidi permanecer no campo. E pela minha dedicação e profissionalismo ganhei a credibilidade que precisava. O resultado é óbvio – o retorno financeiro. Hoje tenho clientes fiéis, que me procuram de outras cidades pela confiança que depositam em mim e pela qualidade que ofereço no serviço.

Essa soma de conquistas me fez abandonar por completo a vontade de seguir carreira como professor de Língua Portuguesa, afinal, um professor ganha, se não me engano, algo em torno de R$7,00 a R$10,00 a hora/aula. Nessa mesma uma hora de aula eu consigo no mínimo R$100,00. Além disso, não fujo totalmente da minha formação, afinal ainda leciono e uso meus conhecimentos nos cursos. Do mesmo modo, todo material criado é digitado, diagramado e revisado por mim mesmo. Um profissional versátil, estão vendo?

E foi isso que respondi ao Fernando: Apesar de não lecionar na área da minha formação, de modo algum foi um investimento perdido, uma vez que o curso de Letras é base para muitas outras profissões e terminei por conciliar duas áreas que sempre gostei. Fatores adversos guiaram minha estabilidade profissional, mas no fim tudo serviu para me lapidar e garantir meu sucesso.

Um abraço a todos!

05/01/2011

Por Rafael Franzin


P.S.: Desculpem as falhas, escrevi correndo. ;p

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dos tempos da faculdade 1

Olá meus queridos e minhas queridas, aqui estou postando algo "novo bem antigo". Gosto de, vez ou outra, sentar em frente ao meu armário e reler tudo o que escrevi. Sei lá, podem chamar de nostalgia, mas considero importante  este "resgate" do material em que fomos forjados. 
E aqui está um texto escrito no primeiro ano de faculdade. Apesar de curto, ele segue a temática proposta na ocasião. Não lembro qual era o tema, embora este esteja anotado no caderno fielmente guardado ali no armário. De qualquer forma eis o resultado do exercício:

Sara estava sempre metida em confusão; não gostava de estudar e vivia arrumando briga com os colegas de classe. Seus pais já nem ligavam para suas malcriações e desprezo com os estudos. Tinha o costume de sair da escola e ficar passeando no bosque perto de sua casa. Era como um ritual, fazia isso todos os dias e sempre cumpria o mesmo horário.
Uma tarde, ela não voltou, como era de costume. Por mais que a procurassem noite afora e nas semanas seguintes, nos meses seguintes, não foi encontrada. Apareceu muitos meses depois, de manhãzinha, para uma visita que disse ser breve, e apresentou um jovem a seus pais.
Essa visita não foi como Sara esperava. Pegou seus pais de surpresa, é verdade, mas eles não a trataram como ela esperava que seria. Sabia que fizera muita besteira no passado e sua relação com os pais nunca fora muito boa. Quando resolveu fugir, acreditava que sua vida melhoraria se estivesse longe dos pais, da escola, enfim, sentia que seria feliz.
Foi tratada pelos pais como uma estranha, não fizeram questão de saber como estava e quem era o jovem que trouxe junto, apenas ouviram o pouco que ela teve coragem de dizer e a deixaram sozinha na sala.

10/05/2003

Por Rafael Franzin

Bem, quando escrevi este texto, tirei por base o que considero "colapso das escolas públicas" e a "fragmentação do modelo de família"; também me espelhei em uma colega dos tempos de Colegial (sim, na época era Colegial e não Ensino Médio), que logo nas primeiras semanas deixou de frequentar as aulas.
Esta colega, depois de um tempo, apareceu na frente da escola para conversar com algumas amigas. Na ocasião, perguntei o motivo dela parar, se não retornaria etc. "Estudar não vira!", disse ela. Bom, como ela está hoje eu não sei, só sei que meses depois, em nosso último encontro, ela estava grávida, sem emprego e sem estudo.