terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dos tempos da faculdade 1

Olá meus queridos e minhas queridas, aqui estou postando algo "novo bem antigo". Gosto de, vez ou outra, sentar em frente ao meu armário e reler tudo o que escrevi. Sei lá, podem chamar de nostalgia, mas considero importante  este "resgate" do material em que fomos forjados. 
E aqui está um texto escrito no primeiro ano de faculdade. Apesar de curto, ele segue a temática proposta na ocasião. Não lembro qual era o tema, embora este esteja anotado no caderno fielmente guardado ali no armário. De qualquer forma eis o resultado do exercício:

Sara estava sempre metida em confusão; não gostava de estudar e vivia arrumando briga com os colegas de classe. Seus pais já nem ligavam para suas malcriações e desprezo com os estudos. Tinha o costume de sair da escola e ficar passeando no bosque perto de sua casa. Era como um ritual, fazia isso todos os dias e sempre cumpria o mesmo horário.
Uma tarde, ela não voltou, como era de costume. Por mais que a procurassem noite afora e nas semanas seguintes, nos meses seguintes, não foi encontrada. Apareceu muitos meses depois, de manhãzinha, para uma visita que disse ser breve, e apresentou um jovem a seus pais.
Essa visita não foi como Sara esperava. Pegou seus pais de surpresa, é verdade, mas eles não a trataram como ela esperava que seria. Sabia que fizera muita besteira no passado e sua relação com os pais nunca fora muito boa. Quando resolveu fugir, acreditava que sua vida melhoraria se estivesse longe dos pais, da escola, enfim, sentia que seria feliz.
Foi tratada pelos pais como uma estranha, não fizeram questão de saber como estava e quem era o jovem que trouxe junto, apenas ouviram o pouco que ela teve coragem de dizer e a deixaram sozinha na sala.

10/05/2003

Por Rafael Franzin

Bem, quando escrevi este texto, tirei por base o que considero "colapso das escolas públicas" e a "fragmentação do modelo de família"; também me espelhei em uma colega dos tempos de Colegial (sim, na época era Colegial e não Ensino Médio), que logo nas primeiras semanas deixou de frequentar as aulas.
Esta colega, depois de um tempo, apareceu na frente da escola para conversar com algumas amigas. Na ocasião, perguntei o motivo dela parar, se não retornaria etc. "Estudar não vira!", disse ela. Bom, como ela está hoje eu não sei, só sei que meses depois, em nosso último encontro, ela estava grávida, sem emprego e sem estudo. 

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