Saiu para um passeio noturno esperando encontrar alguém com quem conversar. Enquanto andava, notava o movimento de veículos e pessoas por todas as ruas, indo e vindo. Em cada bar, em cada lanchonete ou praça, o olhar ávido corria à procura de um rosto familiar. Nada!
Continuou à procura por algumas horas até que se cansou e sentou em um banco na praça e ficou observando o movimento. Em cada roda, em cada grupo de amigos, via o reflexo daquilo que não era.
De um lado, duas amigas conversavam animadas enquanto esperavam alguém, em um banco mais próximo, um casal jovem discutia a relação. Mais à frente, a entrada e saída de pessoas em um bar aumentavam cada vez mais, e a praça ganhava vida em uma noite de sábado.
Ele permaneceu ali, paciente, embora por dentro todas as vontades quisessem explodir. Tinha tanto para falar, queria tanto ouvir. Estava tudo lá, pronto para ser dito, pronto para ser vivido, queria participar, queria interagir, mas sua situação não permitiria, estava só. E ninguém iria ouvi-lo.
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