terça-feira, 23 de março de 2010

Vazio


Olhava fixamente para o relógio. Os ponteiros andavam, o tempo passava, mas a casa permanecia vazia. Calado, continuava ali, inerte, apenas acompanhando o caminho enfadonho dos ponteiros. Já era noite, a casa estava mergulhada naquele silêncio sepulcral. A penumbra também lhe fazia companhia. Não havia mais ninguém, não podia compartilhar suas lembranças, suas andanças, seus amores e temores. Amigos já não tinha, companhias não queria. Era uma casa morta, era uma alma morta, e a única certeza era a passagem do tempo, marcada a cada segundo pelos ponteiros do relógio. E ele permanecia ali, inerte, olhando para os ponteiros do relógio.

Imagem:http://gritosnoturnos.blogspot.com/2010/01/alma-perdida.html
 

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